quinta-feira, 7 de outubro de 2010

componentes do grupo :*

Isabela Letícia, 
Ingrid,
Renata Taisa, 

Everton Gustavo, 
Julio Cesar,
Jhonatan.

Artes Renascentistas :)





Artistas Renascentistas;


Leonardo da Vinci, Michelangelo, Rafael e Botticelli (os principais pintores renascentistas)

terça-feira, 5 de outubro de 2010

Dialétos :)

A
abará: bolinho de feijão.
acará: peixe de esqueleto ósseo.
acarajé: bolinho de feijão frito (feijão fradinho).
agogô: instrumento musical constituído por uma dupla campânula de ferro, produzindo dois sons.
angu: massa de farinha de trigo ou de mandioca ou arroz.

B
bangüê: padiola de cipós trançados na qual se leva o bagaço da cana.
bangulê: dança de negros ao som da puíta, palma e sapateados.
banzar: meditar, matutar.
banzo: nostalgia mortal dos negros da África.
banto: nome do grupo de idiomas africanos em que a flexão se faz por prefixos.
batuque: dança com sapateados e palmas.
banguela: desdentado.
berimbau: instrumento de percussão com o qual se acompanha a capoeira.
búzio: concha.

C
cachaça: aguardente.
cachimbo: aparelho para fumar.
cacimba: cova que recolhe água de terrenos pantanosos.
Caculé: cidade da Bahia.
cafife: diz-se de pessoa que dá azar.
cafuca: centro; esconderijo.
cafua: cova.
cafuche: irmão do Zumbi.
cafuchi: serra.
cafundó: lugar afastado, de acesso difícil.
cafuné: carinho.
cafungá: pastor de gado.
calombo: quisto, doença.
calumbá: planta.
calundu: mau humor.
camundongo: rato.
Candomblé: religião dos negros iorubás.
candonga: intriga, mexerico.
canjerê: feitiço, mandinga.
canjica: papa de milho verde ralado.
carimbo: instrumento de borracha.
catimbau: prática de feitiçaria .
catunda: sertão.
Cassangue: grupo de negros da África.
caxambu: grande tambor usado na dança harmônica.
caxumba: doença da glândula falias.
chuchu: fruto comestível.
cubata: choça de pretos; senzala.
cumba: forte, valente.
Cumbe: povoação em Angola.

D
dendê: fruto do dendezeiro.
dengo: manha, birra.
diamba: maconha.

E
efó: espécie de guisado de camarões e ervas, temperado com azeite de dendê e pimenta.
Exu: deus africano de potências contrárias ao homem.

F
fubá: farinha de milho.

G
guandu: o mesmo que andu (fruto do anduzeiro), ou arbusto de flores amarelas, tipo de feijão comestível.

I
inhame: planta medicinal e alimentícia com raiz parecida com o cará.
Iemanjá: deusa africana, a mãe d’ água dos iorubanos.
iorubano: habitante ou natural de Ioruba (África).

J
jeribata: alcóol; aguardente.
jeguedê: dança negra.
jiló: fruto verde de gosto amargo.
jongo: o mesmo que samba.

L
libambo: bêbado (pessoas que se alteram por causa da bebida).
lundu: primitivamente dança africana.

M
macumba: religião afro-brasileira.
máculo: nódoa, mancha.
malungo: título que os escravos africanos davam aos que tinham vindo no mesmo navio; irmão de criação.
maracatu: cortejo carnavalesco que segue uma mulher que num bastão leva uma bonequinha enfeitada, a calunga.
marimba: peixe do mar.
marimbondo: o mesmo que vespa.
maxixe: fruto verde.
miçanga: conchas de vidro, variadas e miúdas.
milonga: certa música ao som de violão.
mandinga: feitiçaria, bruxaria.
molambo: pedaço de pano molhado.
mocambo: habitação muito pobre.
moleque: negrinho, menino de pouca idade.
muamba: contrabando.
mucama: escrava negra especial.
mulunga: árvore.
munguzá: iguaria feita de grãos de milho cozido, em caldo açucarado, às vezes com leite de coco ou de gado. O mesmo que canjica.
murundu1: montanha ou monte; montículo; o mesmo que montão.
mutamba: árvore.
muxiba: carne magra.
muxinga: açoite; bordoada.
muxongo: beijo; carícia.
maassagana: confluência, junção de rios em Angola.

O
Ogum ou Ogundelê: Deus das lutas e das guerras.
Orixá: divindade secundário do culto jejênago, medianeira que transmite súplicas dos devotos suprema divindade desse culto, ídolo africano.

P
puita: corpo pesado usado nas embarcações de pesca em vez fateixa.

Q
quenga: vasilha feita da metade do coco.
quiabo: fruto de forma piramidal, verde e peludo.
quibebe: papa de abóbora ou de banana.
quilombo: valhacouto de escravos fugidos.
quibungo: invocado nas cantigas de ninar, o mesmo que cuca, festa dançante dos negros.
queimana: iguaria nordestina feita de gergelim .
quimbebé: bebida de milho fermentado.
quimbembe: casa rústica, rancho de palha.
quimgombô: quiabo.
quitute: comida fina, iguaria delicada.
quizília: antipatia ou aborrecimento.

S
samba: dança cantada de origem africana de compasso binário ( da língua de Luanda, semba = umbigada).
senzala: alojamento dos escravos.
soba: chefe de trigo africana.

T
tanga: pano que cobre desde o ventre até as coxas.
tutu: iguaria de carne de porco salgada, toicinho, feijão e farinha de mandioca.

U
urucungo: instrumento musical.

V
vatapá: comida.

X
xendengue: magro, franzino.

Z
zambi ou zambeta: cambaio, torto das pernas.
zumbi: fantasmas.

terça-feira, 28 de setembro de 2010

Cultura do Brasil

A cultura brasileira é um grande conjunto de culturas, que sintetizam as diversas etnias que formam o povo brasileiro. Por essa razão, não existe uma cultura brasileira homogênea, e sim um mosaico de diferentes vertentes culturais que formam, juntas, a cultura do Brasil. É notório que, após mais de três séculos de colonização portuguesa, a cultura do Brasil é, majoritariamente, de raiz lusitana. É justamente essa herança cultural lusa que compõe a unidade do Brasil: são diferentes etnias, porém, todos falam a mesma língua (o português) e, quase todos, são cristãos, com largo predomínio de católicos. Esta igualdade linguística e religiosa é um fato raro para um país imenso como o Brasil.
Embora seja um país de colonização portuguesa, outros grupos étnicos deixaram influências profundas na cultura nacional, destacando-se os povos indígenas, os africanos, os italianos e os alemães. As influências indígenas e africanas deixaram marcas no âmbito da música, da culinária, do folclore, do artesanato, dos caracteres emocionais e das festas populares do Brasil, assim como centenas de empréstimos à língua portuguesa. É evidente que algumas regiões receberam maior contribuição desses povos: os estados do Norte têm forte influência das culturas indígenas, enquanto algumas regiões do Nordeste têm uma cultura bastante africanizada, sendo que, em outras, principalmente no sertão, há uma intensa e antiga mescla de caracteres lusitanos e indígenas, com menor participação africana.
Quanto mais a sul do Brasil nos dirigimos, mais europeizada a cultura se torna. No Sul do país as influências de imigrantes italianos e alemães são evidentes, seja na culinária, na música, nos hábitos e na aparência física das pessoas. Outras etnias, como os árabes, espanhóis, poloneses e japoneses contribuíram também para a cultura do Brasil, porém, de forma mais limitada.

O folclore brasileiro é um conjunto de mitos, lendas, usos e costumes transmitidos em geral oralmente através das gerações com a finalidade de ensinar algo, ou meramente nascido da imaginação do povo. Por ser o Brasil um país de dimensões continentais, possui um folclore bastante rico e diversificado e suas histórias enaltecem o conhecimento popular e encantam os que as escutam.

Cultura africana

A cultura africana é caracterizada pela vasta diversidade de valores sociais, variando desde o patriarcado extremo até o matriarcado extremo, algumas vezes em tribos vizinhas. A cultura africana moderna é em grande parte constituída de respostas ao nacionalismo árabe e ao imperialismo europeu. Principalmente a partir dos anos 90 os africanos estão cada vez mais recuperando sua identidade cultural.
Grande parte das culturas africanas tradicionais foram empobrecidas como resultado de anos de negligência e supressão dos regimes coloniais. Existe agora um renascimento nas tentativas de redescobertas e valorização das culturas africanas tradicionais. Entretanto, em anos recentes, a cultura africana tradicional muitas vezes tem sido relacionada com a pobreza rural e agricultura de subsistência.


Cultura africana urbana
A cultura africana urbana moderna é associada a valores ocidentais, em grande contraste com a cultura africana urbana tradicional que era rica e invejada. Durante a idade média cidade africanas eram afluentes, cheias de universidades, bibliotecas e templos.


Artes na cultura africana
A cultura africana tem uma rica tradição artística representada por uma variedade de entalhos em madeira, trabalhos em bronze e couro. As artes africanas incluem esculturas, pinturas, cerâmica, máscaras cerimoniais e vestimentas religiosas. A cultura africana sempre deu ênfase na aparência das pessoas, e as jóias, colares, braceletes e anéis permaneceram como um acessório pessoal importante. De maneira similar, máscaras são feitas com desenhos elaborados e constituem parte importante da cultura africana. Máscaras são usadas em uma variedade de cerimônias e rituais.
Na maioria da arte tradicional da cultura africana certos temas são recorrentes, como um casal, mulher com criança, homem com arma ou animal, e um forasteiro. O casal raramente exibe intimidades e pode representar ancestrais e fundadores da comunidade. A mulher com a criança retrata o desejo intenso das africanas terem filhos. O tema também pode representar a Mãe Terra e as pessoas como sua criança. O homem com arma ou animal simboliza honra e poder. O forasteiro pode ser alguém de outra tribo ou outro país, sendo que quanto mais distorcido ele for maior tenderá a ser suas diferenças com a cultura que o retratou.

Lendas e folclores na cultura africana
As lendas e folclores representam a variedade de facetas sociais da cultura africana. Como em quase todas as civilizações e culturas, mitos de inundação circulam em diferentes partes da África. Por exemplo, de acordo com um mito pigmeu, Chameleon escutou um barulho estranho em uma árvore, cortou seu tronco e então de dentro dela saiu água em uma grande inundação que se espalhou por todo o mundo. O primeiro casal humano emergiu com a água.

Música na cultura africana
A cultura musical africana tem grande importância mundial. Ritmos originários da África subsaariana, em particular no Oeste da África, foram transmitidos através do tráfego de escravos pelo Atlântico e resultaram em estilos musicais como o samba, blues, jazz, reggae, rap, e rock e roll. 


A Arte pré - colombiana

Definição
Consideram-se arte pré-colombiana as manifestações artísticas dos povos nativos da América espanhola antes da chegada de Cristóvão Colombo, em 1492. Tudo o que resta das grandes civilizações do período anterior à colonização do continente americano pelos europeus é sua "arte".  Neste caso "arte" compreende objetos com funções definidas, em geral mágica ou religiosa, e também artigos simplesmente belos, criados para decoração. Fazem parte do universo artístico dessas civilizações tanto os templos e casas quanto as esculturas, relevos, pinturas, utensílios domésticos, objetos ornamentais, amuletos e tecidos. De autoria desconhecida, as obras são realizadas por artífices, cuja tarefa é transpor para os materiais (pedra, barro, metal etc.) padrões de representação predeterminados pelas crenças ou ciências de cada povo. Entre os estudiosos, a identificação, a interpretação e a comparação dos sistemas de representação dos povos ameríndios servem para classificá-los e decifrar um pouco de sua cultura como um todo.

O povo maia se destaca pela organização de suas cidades e construções. Estas são edificadas ao redor de pátios e diferem conforme a função administrativa. Em geral são pouco elevadas e contrastam com os templos muito altos, construídos sobre elevadas pirâmides maciças de pedra. Esse material é cuidadosamente talhado, a fim de que as edificações tenham encaixes perfeitos. Os maias são responsáveis pela criação das "falsas abóbadas", utilizadas para cobrir corredores, quartos e jazigos. Todos os monumentos, templos e palácios são abundantemente decorados: esse povo tem horror a espaços vazios; em geral ornamentos e hieróglifos envolvem personagens representadas, e são compostos segundo um elevado sentido de simetria. O Palácio do Governador, em Uxmal (México), os templos, edifícios e esculturas monumentais das cidades de Copán (Honduras) e Tikal (Guatemala) estão entre as principais ruínas maias.
Os astecas, ou mexicas, herdam alguns elementos da cultura maia, como os templos edificados em plataformas sobre pirâmides. Também entram em contato com os toltecas antes de se instalar na margem ocidental do lago Texcoco, e fundar Tenochtitlán. A cidade é construída tanto em terra firme quanto em pequenas ilhas artificiais dentro do lago, historicamente conhecida como a "Veneza americana". O centro político, religioso e econômico é a construção chamada "Templo Maior". Povo guerreiro, o militarismo predomina em todos os aspectos da vida entre eles. Os principais deuses patrocinam as conquistas guerreiras; os ritos e a arte litúrgica envolvem o sacrifício de prisioneiros; as expressões plásticas insistem na iconografia relacionada com a guerra. Por isso, muitas das esculturas astecas têm ar macabro: é comum encontrar máscaras de crânios humanos decorados com barro ou crânios e cabeças de pedra com as órbitas vazias. As esculturas são sólidas, feitas em blocos maciços desbastados e de formas estilizadas. Os artistas e artesãos astecas têm grande habilidade manual: trabalham os metais e as pedras preciosas; dedicam-se à arte plumária e à fabricação de tecidos com motivos geométricos num rico colorido; executam pinturas murais e miniaturas em faixas de pele de veado ou feltro fino.
Os incas se desenvolvem em torno do lago Titicaca, na região dos Andes centrais peruanos. Iniciam processo de expansão e hegemonia em 1438 na capital, Cuzco, sul do Peru, dando origem ao império inca ou tawantinsuyo, em língua quéchua. Povo agrícola, os incas inventam o quipu, sistema contábil baseado em cordas de cores e tamanhos diversos, e não desenvolvem uma linguagem escrita. Na arquitetura dão preferência ao simples e funcional, sem muita decoração. Destacam-se pela organização e edificação das cidades (com plantas regulares em xadrez ou em forma oval), precedida por um trabalho de planificação e engenharia (utilizam principalmente técnica de encaixe de pedras para construir). Na cerâmica apreciam as formas puras trabalhadas com motivos geométricos e diversas cores. Os tecidos são ricos no colorido e decorados com desenhos estilizados. Sabem trabalhar com destreza o ouro e a prata, que utilizam na decoração de portas e muros ou como artefatos de adorno, e em objetos litúrgicos.

Cultura pré-colombiana

Mochicas




Uma dos fatos mais marcantes das culturas pré-colombianas é que praticamente todas, senão todas, realizavam sacrifícios humanos. Recentemente foram descobertos dois túmulos com dezenas de ossadas humanas em uma pirâmide no Peru. Huaca de la Luna como é chamada esta pirâmide, o principal templo mochica, tinha 32 metros de altura. Ela possui um altar no topo de onde eram realizados os sacrifícios e os corpos eram então jogados la de cima.
Os mochicas não possuíam escrita, porem possuíam uma rica iconografia. Nela são pintadas várias tradições de sua cultura como, por exemplo, todo o ritual de sacrifício. Estes começavam com a captura de prisioneiros em batalhas, geralmente travadas no deserto, entre as cidades-estado. Os soldados vencedores batiam com pesados porretes no nariz dos vencidos que então eram despidos e amarrados pelo pescoço para serem conduzidos até a cidade vencedora. Os captores traziam os prisioneiros e desfilavam com eles na praça principal do templo. Ali eram apresentados aos sacerdotes e à imagem de Ai-Apaec, o deus que exigiria o sacrifício e que estava pintada nos muros da grande praça. Os cativos eram então preparados para morte com sementes de coca e alucinógenos. Os prisioneiros eram então levados ao altar da Huaca de la Luna, de onde apenas os lordes e sacerdotes podiam sair vivos. O cativo era degolado pelo sacerdote com uma espátula afiada. Uma sacerdotisa, então, recolhia o sangue em uma taça de cerâmica que era oferecida ao lorde que o bebia. Estima-se que em torno de três humanos eram sacrificados a cada cerimônia.



Maias
A civilização Maia se localizava no que era chamado Peten, como mostra o mapa ao lado. Durante o primeiro milênio de nossa era os Maias ergueram nesse território uma das civilizações mais florescentes da América, e que foi bruscamente abandonada no inicio do século XI.
“Matemáticos de gênio, grandes astrônomos e inventores de uma escrita, ignoravam os metais e utilizaram instrumentos de pedra polida, o que muito se assemelha ao nosso período Neolítico, mas edificaram suntuosas cidades sagradas em pleno coração dessa floresta virgem. Nos seus templos imponentes, colocados no cimo de pirâmides que atingem, por vezes, a altura de cinqüenta metros, desenrolavam-se cerimônias rituais e de iniciação, das quais algumas pedras magnificamente esculpidas nos transmitiram o testemunho.”


A aparência física dessa escrita, em pedras das paredes das maravilhosas construções Maias são como nas fotos a seguir, de degraus da escada do Templo de Cinco Andares em Edzna:




Este templo é uma das várias construções realizadas pelos Maias para sua religião.

Templo de Cinco Andares de Edzna
“Também conhecido como O Palácio, o Templo de Cinco Andares ‘tem a frente para o oeste e é alinhado de forma que dia primeiro de maio e 13 de agosto - quando o sol alcança o seu zênite neste local, o sol poente brilha diretamente em suas salas. Este alinhamento é provavelmente relacionado com as épocas de plantio.’” [11]

“Com olhos ampliados, estas mascaras provavelmente representavam aspectos do deus do sol.” [12]

“Os palácios e templos se misturavam um ao outro através de graduações continuas. Provavelmente um dos principais objetivos do arquiteto Maya era atingir a diferenciação por altura em diferentes níveis vagamente marcando a função para qual cada edifício era dedicado. Ao mesmo tempo ele estava extremamente sensível para os espaços colocados entre as edificações, procurando obter largos e ritmicamente ordenados volumes abertos. Estas áreas abertas com diferenças de nível são uma das fantásticas realizações da arquitetura Maya.”

ARTE INDÍGENA

A arte permeia todos os aspectos da vida das inúmeras tribos indígenas (cerca de 5 milhões de índios) que habitavam o Brasil quando os portugueses aqui chegaram. Entretanto suas formas e suas funções, embora também ligadas ao prazer estético, são diferentes da arte contemporânea.



A casa, a organização espacial da aldeia, os utensílios, os objetos de uso cotidiano e, principalmente, aqueles ligados às cerimônias e rituais estão impregnados de um desejo de fazer coisas bonitas e agradáveis ao olhar, de modo que sejam expressões simbólicas da cultura.


O índio investe esforço e tempo na produção de um objeto utilitário porque preocupa-se em adorná-lo de forma especial. Podemos compreender que procura embelezá-lo e demonstrar sua habilidade na expressão de algo mais que a simples necessidade de uso.










A arte plumária indígena e a pintura corporal atingem grande complexidade em termos de cor e desenho, utilizando penas e pigmentos vegetais como matéria prima. Portanto, a arte indígena reflete e busca o prazer estético e de comunicação por meio de uma expressão visual.







Cerâmicas com diversas finalidades; trançados (cestas, redes, utensílios e esteiras); adornos plumários mantas, cocares, máscaras); adereços de contas, de pedras, de sementes, de cascas, de ossos, de dentes e de conchas; utensílios de madeira; instrumentos musicais (flautas, chocalhos, tambores); e objetos rituais mágicos e lúdicos como as diferentes culturas indígenas se expressavam.

ARTE MARAJOARA E TAPAJÓ

Há vestígios de culturas amazônicas com alto grau de desenvolvimento na fabricação e na decoração de artefatos de cerâmica, como as da Ilha de Marajó da Bacia do rio Tapajós.

Pouco restou da cultura dos índios Tapajós, grande nação que habitava a região de Santarém. Apenas os muiraquitãs, pequenas esculturas de rãs em pedra, os machados polidos e uma cerâmica tão elaborada que mais parece escultura que simples vasos.



O Muiraquitã, símbolo das culturas amazônicas, é um amuleto feito de pedra verde (nefrita)


Em seu apogeu, a ilha de Marajó pode ter tido mais de 100 mil habitantes. Entre eles havia diversos artistas, que fabricavam objetos cerâmicos ricamente decorados, vasilhas, estatuetas, urnas funerárias e adornos. Esses objetos sugerem que a cultura marajoara atingiu alto grau de sofisticação e complexidade social e política.

Foram encontradas grandes urnas funerárias, chamadas de Igaçabas, decoradas com desenhos labirínticos, em enormes aterros perto do lago Ararí.



As urnas funerárias marajoaras- igaçabas- eram feitas em cerâmica com formatos que lembram entidades míticas.


Igaçaba Marajoara - Museu do Encontro, Forte do Presépio -Belém, PA





Os objetos produzidos pelas culturas antigas estavam, muitas vezes, associados a rituais que eram verdadeiros espetáculos artísticos, pois reuniam todas as manifestações (música, dança, adereços, vasos, urnas, estatuetas) que representavam as crenças, os mitos e as formas de expressão daquelas culturas.

Muitos dos desenhos antigos servem de modelo para a cerâmica artesanal que é produzida hoje na Amazônia e que encanta os turistas.

Vaso Cariátide - Museu Emílio Goeldi - Belém, PA
Vaso tapajó que exemplifica a elaboração artística da cerâmica amazônica.

A Era Pré-Cambriana

A ARTE RUPESTRE


Muito tempo antes de Pedro Álvares Cabral chegar ao Brasil, o nosso território já era habitado. Os arqueólogos, pesquisadores que estudam as civilizações pré-históricas por meio de escavações e análise de objetos e desenhos nas pedras, calculam que entre 40 mil e 12 mil anos a.C. já existiam grupos nômades, caçadores, pescadores vivendo aqui. Provavelmente vinham da Austrália, da Oceania ou da Ásia.

As pinturas e gravuras deixadas por eles são o testemunho de sua passagem. Esses registros em diferentes suportes de pedra são chamados de arte rupestre ou itacoatiaras: paredes e tetos de cavernas e abrigos, blocos no chão, pedras nos leitos dos rios, e lajes a céu aberto.
As pinturas rupestres brasileiras mais antigas foram encontradas na região de São Raimundo Nonato, no Piauí.

São desenhos de animais, pessoas, plantas e objetos, muitas vezes retratando cenas da vida cotidiana ou eventos cerimoniais.

Também em Minas Gerais há arte rupestre. Na região da Lagoa Santa encontram-se cenas de caça com uso de flechas, armadilhas aprisionando veados, e grandes redes com peixes, retratando movimento.


Pintura rupestre no painel da Pedra Pintada em Barão de Cocais - MG

Além das pinturas, muitos sítios apresentam outro tipo de arte rupestre, denominado gravura. Foi utilizado a técnica da abrasão (ou raspagem) das pedras, resultando figuras de baixo relevo.

Os temas da arte rupestre são bastante variados. Alguns grupos utilizavam, por exemplo, desenho geométrico, trabalhando com formas não representativas e desenhando pontos, traços e círculos em diferentes tamanhos e combinações.


Florianópolis - SC



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Outros grupos adotavam o desenho figurativo, com representações de pessoas, animais, árvores, objetos. Também os estilos variam: existem figuras formadas apenas por linhas de contorno, outras apresentam pinturas cheias, outras, pontilhadas, alguns aproveitam o relevo da pedra para dar a impressão de volume.



A arte rupestre constitui talvez o vestígio arqueológico mais difícil de ser analisado, pois não conhecemos bastante o contexto social em que os desenhos foram criados. É uma representação do mundo real, na forma de um símbolo. Mas o significado dos símbolos pode variar muito, de sociedade para sociedade.

Mas é certo que nessas manifestações já existe o impulso de produzir elementos estéticos e o desejo de expressão de um pensamento ou de um sentimento. Por isso podemos dizer que se trata de arte.
Como estão ameaçados por diversas formas de destruição, o Instituto do Patrimônio Histórico Nacional (Iphan) se encarrega de tombar esses registros, com o intuito de preservá-los.