terça-feira, 28 de setembro de 2010

A Era Pré-Cambriana

A ARTE RUPESTRE


Muito tempo antes de Pedro Álvares Cabral chegar ao Brasil, o nosso território já era habitado. Os arqueólogos, pesquisadores que estudam as civilizações pré-históricas por meio de escavações e análise de objetos e desenhos nas pedras, calculam que entre 40 mil e 12 mil anos a.C. já existiam grupos nômades, caçadores, pescadores vivendo aqui. Provavelmente vinham da Austrália, da Oceania ou da Ásia.

As pinturas e gravuras deixadas por eles são o testemunho de sua passagem. Esses registros em diferentes suportes de pedra são chamados de arte rupestre ou itacoatiaras: paredes e tetos de cavernas e abrigos, blocos no chão, pedras nos leitos dos rios, e lajes a céu aberto.
As pinturas rupestres brasileiras mais antigas foram encontradas na região de São Raimundo Nonato, no Piauí.

São desenhos de animais, pessoas, plantas e objetos, muitas vezes retratando cenas da vida cotidiana ou eventos cerimoniais.

Também em Minas Gerais há arte rupestre. Na região da Lagoa Santa encontram-se cenas de caça com uso de flechas, armadilhas aprisionando veados, e grandes redes com peixes, retratando movimento.


Pintura rupestre no painel da Pedra Pintada em Barão de Cocais - MG

Além das pinturas, muitos sítios apresentam outro tipo de arte rupestre, denominado gravura. Foi utilizado a técnica da abrasão (ou raspagem) das pedras, resultando figuras de baixo relevo.

Os temas da arte rupestre são bastante variados. Alguns grupos utilizavam, por exemplo, desenho geométrico, trabalhando com formas não representativas e desenhando pontos, traços e círculos em diferentes tamanhos e combinações.


Florianópolis - SC



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Outros grupos adotavam o desenho figurativo, com representações de pessoas, animais, árvores, objetos. Também os estilos variam: existem figuras formadas apenas por linhas de contorno, outras apresentam pinturas cheias, outras, pontilhadas, alguns aproveitam o relevo da pedra para dar a impressão de volume.



A arte rupestre constitui talvez o vestígio arqueológico mais difícil de ser analisado, pois não conhecemos bastante o contexto social em que os desenhos foram criados. É uma representação do mundo real, na forma de um símbolo. Mas o significado dos símbolos pode variar muito, de sociedade para sociedade.

Mas é certo que nessas manifestações já existe o impulso de produzir elementos estéticos e o desejo de expressão de um pensamento ou de um sentimento. Por isso podemos dizer que se trata de arte.
Como estão ameaçados por diversas formas de destruição, o Instituto do Patrimônio Histórico Nacional (Iphan) se encarrega de tombar esses registros, com o intuito de preservá-los.

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